quinta-feira, 11 de março de 2010

Sobre “Educação”


Estimular nossos alunos a produzir qualquer coisa é um desafio gigantesco. E se falarmos em algo para melhorar suas vidas, o caminho fica ainda mais difícil. Creio que devamos partir de algo mais simples, não menos complexo, ou seja, buscar o despertar dos alunos para a importância dos estudos. Mas como fazer isso? É muito difícil responder essa questão, pois uma estrutura, física e humana, deteriorada dia após dia, ano após ano, década após década, como estão as escolas, não se transformam do dia para a noite. Mas há pequenas medidas, que se tomadas séria e comprometidamente podem contribuir para essa transformação, tais como: boa formação dos professores, diretores e funcionários, assiduidade, disciplina, segurança, lazer, entretenimento e outros.
 
Sub-utilizamos a herança deixada pelos nossos antepassados. Temos o livro, mas não sabemos ler. Temos a energia elétrica, mas só damos valor a ela quando acontece um blackout e perdemos o capítulo da novela. Temos a roda, mas nas escolas nossos filhos pouco aprendem sobre essa valiosa invenção.
Enfim, a modernidade está repleta de objetos e conceitos criados e ou inventados há muito tempo. Um dos papeis da escola não seria trazer à tona a produção do conhecimento humano sistematizado? Por que a escola está falhando? Difícil responder não é mesmo?

Nesse sentido é necessário lembrar, com nostalgia até, do tempo em que eu estudava, aliás, do tempo em que a escola cumpria seu papel fielmente, mesmo com todos os problemas apontados pelos moderníssimos teóricos da educação. Escutamos aos quatro ventos notícias e mais notícias sobre a grande evolução da educação ocasionada por maiores investimentos e pela mudança da fundamentação e dos métodos, estes, apresentados pelos mais renomados pensadores do assunto.
Mas que evolução é essa? Quais vantagens os alunos estão tendo com a libertinagem que se instalou, gradativamente, em nossas escolas? Penso que não fomos capazes de construir uma teoria equilibrada entre o siga o modelo repressivo das escolas tradicionais e as teorias construtivistas contemporâneas. Por esse motivo é preferível o modelo de escola em que estudei à essa escola moderna, avançada e com altos níveis aprendizagem (leia-se altas notas e nenhum conhecimento).

Enquanto isso os alunos de hoje, sob o disfarce da construção do conhecimento, da liberdade, da formação do cidadão estão tendo sua pele arrancada e sabemos que em cicatrizes não nasce mais nada, além da dor ocasionada pela lembrança do tempo perdido.
Hoje, como funcionário da mesma escola em que estudei, percebo o quanto minha formação foi mais completa do que a que os alunos atualmente recebem. Enquanto funcionário percebo também minhas próprias deficiências quando se trata em contribuir para a melhoria do atendimento e da formação dos alunos.
Uma parte posso creditar cegamente à contaminação ocasionada por um ambiente hostil, onde o marasmo e a preguiça já tomaram conta, outra parte credito à uma formação específica inexistente. Mas é necessário compreender e ter consciência das dificuldades enfrentadas sem perder de vistas os sonhos e ideais.
Assim, acho que a gestão democrática é uma farsa, uma linda ilusão, um disfarce que professores e funcionários adoram usar, mas por trás das mascaras escondem-se os culpados ou pelo menos parcialmente culpados pelo fracasso das escolas.
Para concluir, posso afirmar que a escola atual é uma instituição falida ou no mínimo num processo avançado de deterioração. Numa análise mais otimista é possível afirmar que estamos no fundo do posso e daqui pra frente a tendência é subir. Talvez ainda a escola seja reflexo de uma sociedade moderna que caminha para o caus. Uma sociedade que perde os valores primordiais para uma convivência “saudável” dia a dia e a escola como parte desse processo apenas segue as tendências apresentadas.
Enfim, são apenas reflexões de um cara que não aceita o mundo como ele é e que não admite o conformismo tao comum em pessoas que deveriam compreender melhor a lógica da modernidade e todos os males que advém dos deuses cinematográficos, televisivos e das belas palavras desenhadas em revista e jornais. Ponto final.