segunda-feira, 30 de maio de 2011

Tanta coisa

Tanta gente diz tanta coisa. Tanta coisa por dizer. Tantos ditos malditos. Tantas falas à metade. Tantos juízos em poucas palavra. Tantos questões mal resolvidas. Tantas mentiras a serem ocultadas. Tanto dinheiro a ser roubado, poupado, escondido. Tantas mortes a serem evitadas. Tantas crianças a sorrir. Tanta fome a matar. Tantas mulheres a serem amadas, compreendidas e respeitadas. Tantos preconceitos a serem derrubados. Tantas almas a serem salvas. Tantos deuses a serem adorados. Tanta gente a ser libertada. Tantos céus quanto infernos. Tanta besteira nos meus ouvidos. Tanta loucura no seu olhar. Tanto quanto me espanto com a vida.

Política e politicalha

A política afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.
Não é esse jogo de intriga, da inveja e da incapacidade, a que entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto significado. Não há dúvida que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará com o batismo adequado? Politiquice? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como um ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa.
Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente.
A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou um conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.
(Rui Barbosa, Trechos escolhidos de Rui Barbosa, Edições de Ouro, Tecnoprint, Rio de Janeiro, 1964. In Reflexão & Ação em Língua Portuguesa, 8ª Série, Marilda Prates, Editora do Brasil S/A, São Paulo, 1984.)

Com licença

Essa semana é a última de uma curtíssima licença especial que tirei do colégio em que trabalho. Inicialmente pareceu que esses três meses seriam longos e entediantes, mas estava enganado. Fui enganado por mim mesmo quando pensei que enjoaria rapidamente de dormir tarde e acordar tarde também. Me equivoquei completamente quando achei que minhas horas de leitura, tão bem aproveitadas nesses meses, seriam igualmente enjoativas. Não foram. Nunca me diverti tanto em tão pouco tempo. Pude me envolver profundamente com a política, basquetebol e outros assuntos. Li vários e bons livros. Tive ótimas horas de sono. Me diverti com meus filhos. Pude namorar mais sossegadamente minha esposa. Enfim, a licença acabou e deixou um gostinho de quero mais, mas isso só acontecerá novamente daqui a 5 anos. Confesso que tive um pouquinho de saudade da biblioteca da escola, onde trabalho. Tive saudades também dos meus colegas de trabalho. Tive saudade do contato com os alunos. Mas rapidamente eu pensava em outro assunto e a saudade passava.

Mas agora não tem jeito. Segunda-feira, dia 06, retorno ao trabalho. Com energia recarregada e com muita vontade. A licença serviu muito para refletir sobre algumas posturas adotadas e nesse momento posso afirmar que aprendi muito com todo esse tempo para medir e pesar minhas atitudes e julgar (mesmo que equivocadamente) as dos outros.

Colégio Abraham Lincoln, aí vou eu...

Até lá.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Kaloré e o Basquetebol

Aconteceu em Apucarana nos dias 20, 21, 22, 23, 24 e 25 de maio a etapa regional dos Jogos Escolares do Paraná – JEP’s e o Colégio Estadual Abraham Lincoln enviou a equipe de basquete da escola como representante do município. A equipe, composta pelos estudantes Airton, Jef, Du, Digo, Hítalo, Bruninho, Lucas e Giovani foi formada as pressas e a maioria do time treinou muito pouco tempo. Alguns dos jogadores do time nunca haviam tido contato com a modalidade, mas demonstraram muita garra e vontade de aprender. Alguns até mesmo trocaram o futsal pelo basquete e isso considero uma atitude bastante corajosa, já que começar do zero um esporte que nunca teve contato é muito difícil e também porque o basquete não é fácil como pode parecer. Quero parabenizar a todos os jogadores, sem excessão, mas quero dedicar um especial agradecimento ao Airton e ao Jef, que por serem os mais experientes do time, souberam liderar a equipe com responsabilidade e dentro das possibilidades da equipe contribuíram para o aprendizado dos demais. Quero agradecer também aos professores que estiveram acompanhando os estudantes durante os jogos. A professora Iraci que permaneceu alojada junto com a equipe de vôlei de areia, mas que não deixou de dar sua contribuição à equipe de basquete. À professora Darlene que também fez o que pode para auxiliar de alguma forma. Gostaria de agradecer especialmente ao professor Jaime, Diretor do colégio, que não mediu esforços para que a equipe de basquete tivesse todo o apoio possível para participar do evento, estando presente nos jogos e prestando auxílio valioso para a tranqüilidade e conforto dos atletas alojados. Não posso deixar de agradecer também ao Departamento de Esportes, na pessoa do Lambari que providenciou os agasalhos do município e também um dos uniformes do time. Também agradeço ao Departamento de Educação, na pessoa da Margarete, que proporcionou o transporte na ida e na volta de Apucarana.

O Evento
Foram inscritos 6 equipes na edição deste ano dos JEP’s e houve apenas uma chave com todos os times. Tivemos 5 jogos e nenhum foi fácil, apesar de termos vencido de Borrazópolis. Com o nível e a quantidade de treinos efetuados pela equipe de Kaloré não dava pra competir de igual pra igual com os time do Colégio São José, de Apucarana e a equipe do Colégio Mãe Digníssima, de Arapongas. As demais equipes, apesar de serem de escolas públicas também, tem uma estrutura de apoio à modalidade e assim suas equipes estão melhor preparadas. Diante do que foi apresentado e das dificuldades técnicas que tivemos durante a competição, considero que o evento proporcionou um aprendizado muito importante para os nossos atletas e serviu também para que possamos melhorar a qualidade dos treinamentos.

Apoio
Ficou claro que nossa equipe ainda tem muitas dificuldades, mas que todas elas são superáveis se tivermos o apoio tão necessário e quando falo de apoio não estou falando somente de horário pra treinar, de transporte e uniformes, estou falando da contratação de um Técnico, que pode ser um acadêmico de educação física que ficasse responsável pelo basquete; estou falando da compra de materiais esportivos, que inclusive já foram orçados pelo Lambari, como o par de aros retráteis, bolas (umas 5 de borracha e umas 2 de couro), coletes para o treinamento e o principal que é a modalidade passar a fazer parte efetiva das aulas de educação física do colégio para que haja um primeiro contato dos estudante com o basquete e assim haja a possibilidade de forma uma base da modalidade em nosso município.

Treinamento
Conversei com o Jaime e assim que eu voltar da minha licença vou dar início à formação da categoria de base, o famoso “bezinho”. Com a ajuda dos atletas que já praticam o basquete, estaremos divulgando a escolinha de basquete para que no ano que vem possamos inscrever também os pequenos nos JEP’s e para que estes possam ter a possibilidade de contribuir com o “A” nos anos posteriores. Tenho certeza de que a modalidade terá o apoio necessário para a efetivação dessa meta, que não é só minha, mas também de todos os atletas que praticam o basquetebol.

Futuro
Se nossas autoridades puderem e compreenderem que é necessário dar todo o apoio aos esporte no município, talvez num futuro não muito longe possamos estar colhendo bons frutos desse investimento. Tenho certeza que há potencial. O que está faltando é justamente nossas autoridades entender que qualquer dinheiro gasto com esporte não é despesa e sim investimento. Investimento no futuro da cidade, na juventude, na prevenção de vícios, enfim, os benefícios são muitos e diversos, basta apenas que consigam ver todas essas possibilidades.
Estaremos nos próximos dias nos organizando para encaminhar um pedido formal ao Executivo e Legislativo com todas as nossas reivindicações e também, se possível com uma planilha de investimentos mínimos para a apreciação e execução dos mesmos.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Educação pela professora Amanda Gurgel do RN

Depoimento de uma professora do Rio Grande do Norte sobre as condições da educação no Brasil. Bem poucas verdades pra uma classe que vive engrossando um discurso vazio de priorização da educação. Coisa que nunca existiu e é bem provável que jamais existirá nesse nosso amado e idolatrado país do futuro. Da-lhe Brasil...




terça-feira, 17 de maio de 2011

Desabafo de um cidadão kaloreense

Olá! Me chamo Diego Rafael Fiori, sou um cidadão Kaloreense de 21 anos e venho através dessa nota expor a minha opinião, mesmo um tanto quanto inútil para a mente de alguns, sobre a situação política de nossa querida cidade de Kaloré.

Tenho visto em blogs e sites de jornais muitos comentários sobre nossa cidade. Quanta conversa inútil, pois essa discussão não levara a lugar algum e o  município  ainda permanecerá nesta situação vergonhosa. Esta discussão pode continuar o resto do mandato atual e mesmo assim não levará a nada, pois muitos nem coragem de mostrar a cara têm, ou seja, fala e não assume sua identidade, o que posso julgar ser atitude de pessoa sem caráter, outras pessoas fazem aquele discurso que eleições não seriam a melhor forma de resolver a situação, e ainda afirmam que eleições indiretas seriam a solução.

Afirmo com convicção que errado foi quando começou essa patifaria, quando ouve a primeira cassação no mandato passado e não houve eleições novamente, pois foi ai que se iniciou essa bola de neve. Acredito no direito das pessoas darem opiniões sobre os acontecimentos, mas pelo menos falem alguma coisa verdadeira e que tenha um conteúdo inteligente, tentem dar opiniões que sugiram pelo menos uma solução verdadeira e útil e não fofocas com assuntos fora do contexto, pois aparentemente as pessoas que tem comentado as notícias são pessoas inteligentes.

As pessoas perderam o respeito, cada um quer a brasa para o seu peixe e pensam apenas no agora, esquecem de pensar no bem da comunidade. Reflitam bem, estamos a pouco mais de um ano para que as novas eleições aconteçam, faça um levantamento do que Kaloré melhorou e piorou nesse intervalo de tempo. Fez? Agora exponha qual a porcentagem positiva e negativa? Creio que não seja nem necessário fazer isso, pois é visível a degradação do município, não apenas na parte física como ruas, escolas, saúde, mas no respeito ao próximo, no respeito aos funcionários públicos, no atendimento à população, na qualidade dos serviços prestados.

As ofensas, tanto verbal quanto corporal, estão se tornando uma coisa normal. Os valores e o respeito já estão escassos e enquanto isso os beneficiados, ou seja, os candidatos ou governantes, ficam assistindo de camarote e ilesos. Os prejudicados são a própria população, que convivem com maus exemplos para filhos e futuras gerações. Essa situação torna os filhos de Kaloré competidores de uma forma egoísta, ou seja, não se preocupam com os resultados para o coletivo e sim no bem próprio, e para isso vale tudo, até tomar atitudes impensáveis para alcançar seus desejos.

Isso é uma vergonha para uma cidade do tamanho de Kaloré, onde todo mundo conhece todo mundo e se não conhece pessoalmente, conhece alguém que conhece.

As eleições são direito do povo, o país é democrático, pelo menos é que se apresenta na constituição brasileira e nos direitos humanos, não é preciso estudar muito ou ter nível acadêmico para saber que o povo tem direito de escolher seu representante, falo isso como cidadão e eleitor, pois pago impostos e exijo que meus direitos sejam atendidos, deixo claro também que não dependo de prefeitura e nem de favores de políticos e que também nunca fui pessoa de me envolver e me declarar politicamente, mas um caso de tamanha afronta e desrespeito aos direitos do cidadão eu não poderia ficar em silêncio, já passou da hora das pessoas se declararem e exigirem seus direitos que são pagos todo dia em cada imposto cobrado e também não pensar apenas em apoio ao partido e na auto realização da vitória, porque isso já esta virando roteiro de novela, enquanto o público fica aqui vendo essa novelinha que não vai levar a nada.

Kaloré só irá melhorar e tomar um rumo certo quando as coisas mudarem, quando as pessoas verem que estão escolhendo muito mal seus representantes e quando encerrar essa novela, “que pelo visto esta longe de terminar”, talvez possamos ter uma cidade mais justa, enquanto isso quem paga o preço somos nós.

Pra encerrar esse desabafo gostaria de lembrar, a todos que lerem essa nota que esse clima hostil que paira sobre nossa cidade foi amplificado nos últimos meses por pessoas que querem o poder a qualquer custo. Primeiro fizeram de tudo para que houvesse novas eleições, depois tentaram várias manobras para que houvesse apenas um candidato, e por último e pior de todos ardis utilizados, conseguiram suspender as eleições.

Mas a justiça vai resolver isso também e tenho certeza que terei meu direito de escolha assegurado. Gostaria de pedir à população que aproveite esse momento para aprender a cobrar e exigir também. Deixem o medo de lado e passem a cobrar o melhor desempenho de nossos governantes. Passe a exigir um bom atendimento, no hospital, nas escolas, na garagem, na prefeitura. Acredito que a cidade vai sair ganhando com todos esses episódios tristes da política kaloreense, onde passamos a ser motivo de piada na região, a população pode e vai reagir e a partir dos próximos mandados a coisa será diferente por aqui. Haverão mais pessoa dispostas a reinvindicar seus direito de forma mais incisiva e também de forma mais coletiva, onde o bem comum prevaleça sobre os privilégios individuais de poucos.