quinta-feira, 29 de julho de 2010

Kaloré, ôôôôô lugar!!!!

As idéias nem sempre conseguem sair exatamente como queremos de nossas cabeças. E também é muito difícil transformá-las em atitudes que possam representar nossos ideais. Tenho consciência disso. 
Ser filiado a um partido político, ou não, é um direito que temos. Acreditar que esse ou aquele político é melhor também é um direito individual que se baseia nas experiências que tivemos com esses políticos, ou pelo menos baseado naquilo que temos em mãos para fazer a análise.

Cometo muitos equívocos no que toca à condenação de pessoas que não pensam como eu e que não acreditam nas mesmas coisas que eu creio. É um erro e um grande defeito de personalidade. Mas quem não faz isso alguma vez na vida? Mas na maioria das vezes apenas defendo meus pontos de vista com unhas de dentes, apesar de haver muitas pessoas que não concordam com eles. Eu respeito essas pessoas e acho muito importante que essas pessoas insistam em tentar provar, ou seja lá o que for, que elas estão certas, afinal eu também faço isso.

Não há culpados nesse embate. Mas direitos são direitos. Se há pessoas para acharem que foi injusta a cassação do ex-prefeito, há também aquelas que consideram que já havia passado da hora. O segundo lugar assumiu, nada mais justo, e agora é tentar colocar a casa no lugar. Os descontentamentos continuarão e os contentamentos também. O inadmissível é reconhecer em algumas pessoas um conservadorismo irreal e intransigente. 

Fácil dizer que minhas atitudes estão todas corretas, mas extremamente difícil admitir que posso estar enganado. Mas pra quem acha que o estado não pode ser paternalista, não há nada a dizer. Nada a declarar.

Nossa cidade é pequena, muito pequena e realmente não há muitas oportunidades para os nossos jovens, isso é um fato. Então esses mesmos jovens devem buscar um horizonte melhor em outro lugar, lembrando sempre que o mundo não é a barra da saia da mãe e que lá fora vai apanhar muito pra aprender a respeitar os outros. Aliás, o pior desrespeito não é com os outros, mas sim consigo mesmo. 

Kaloré vai sobreviver a esse clima de hostilidade. Acredito que o atual prefeito seja a melhor opção de fato. Porém saliento que não existe perfeição e ele vai cometer equívocos e quando isso acontecer é importante que haja quem veja e reclame. E que essa reclamação não seja vista como crítica destrutiva, a exemplo do prefeitinho que foi cassado.

Sei que é difícil, afinal quando se tem o poder fica complicado entender as reivindicações como cobranças de direitos. Mas tudo bem. Sigo insistindo nisso, não me importa quem está no poder, continuarei cobrando uma  administração séria, mesmo sabendo que serei sempre ignorado. 

Vocês podem se juntar a mim ou podem continuar achando que eu sou partidário, ou seja lá o que for, e que também estou apenas tumultuando, às vezes nem isso. Kaloré vem sendo mal administrado há muito tempo, mas as pessoas preferem continuar defendendo seus próprios umbigos. Até quando? Pelo jeito, até sempre.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Kaloré, ôôôôô lugar!!!!

Realmente está uma palhaçada a política kaloreense. Estamos sendo governados por decisões alheias. Mas desse fato temos que considerar alguns aspectos importantes. Nossos políticos ainda não compreenderam o significado da palavra democracia e muito menos entenderam a importância de se respeitar direitos adquiridos a custo de muita luta. 

Há alguns anos a justiça cassou o mandato de um péssimo prefeito por irregularidades na campanha eleitoral, isso é inegável. Agora a mesma justiça, diga-se juíza, cassou outro prefeito pelos mesmos motivos. Não acredito que seja possível comemorar por um fato que está elevando nosso município a um patamar maravilhoso de vergonha pública. 

Mas o que é inegável é que houve irregularidades dos dois políticos cassados, sendo assim nada mais justo do que o segundo colocado assumir o seu lugar. E não adianta ficar passando panos quentes e muito insistir no discurso de que o o prefeito anterior vai voltar, pois sabemos que isso não passa de discurso retórico pra enganar patéticos partidários que mamavam na gorda teta do município.

Sei que a exemplo do que acontece em todas as mudanças de administrações municipais, há muitas pessoas descontentes, inclusive um ou outro "Che Guevara Reacionário", e esse descontentamento é compreensível já que os privilégios foram cortados e transferidos a outros.

Continuamos assim, de pilantras até o pescoço, e o pior deles são os que negam as irregularidades estampadas em suas caras, a exemplo do BO acima. Continuem assim que tudo vai bem. Antes de me taxar de partidário, saibam que concordo em número, grau e gênero com a cassação do prefeito anterior e com esse agora.

O que não posso concordar é com pessoas que não conseguem enxergar a realidade.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

País do futebol – Parte II

Hoje, antes de encerrar o primeiro tempo do fatídico jogo da copa do mundo, saí de casa. Por vários motivos, mas o principal é que precisava pagar algumas contas. Não estranhei nada todos, sem exceção, os comércios fechados, afinal estava acontecendo uma grandiosa apresentação da nossa seleção canarinho em mais uma copa do mundo da FIFA. Paramos tudo por conta disso. Nós brasileiros temos o poder de esquecermos que o mundo, apesar de parecer, não para. Como não encontrei nenhuma loja aberta, nem lotérica, repartição pública e muito menos um banco aberto, voltei pra casa, afinal não podia perder o segundo tempo do jogo. Mas perdemos o jogo, e de virada, pra Holanda. Jogamos muito mal a segunda etapa, poderíamos ter matado o jogo no primeiro tempo, como disseram alguns comentaristas esportivos, mas nossos jogadores não tiveram garra suficiente.

E depois do apito final o que ocorreu pelas ruas da cidade foi um show espetacular de suposições fantasiosas. De opiniões positivas e ou negativas, de possibilidades que deveriam ter sido aproveitadas. Teve acusações gravíssimas a esse ou aquele jogador que não se empenhou o suficiente. O treinador, coitado, foi o mais avacalhado diante da derrota e da desclassificação da única seleção pentacampeã do mundo.
Mas o pior de tudo isso é pros torcedores brasileiros é ver a Argentina jogando bem, com o Cheirador dando pequenos shows particulares a cada coletiva pra imprensa. Isso dói muito, confesso. Eles bem que poderiam ser desclassificados também! Todo o brasileiro agora volta suas atenções ao time quadrado da Alemanha se auto declarando alemão de nascimento. Desde criancinha! É uma expressão bastante utilizada neste catastrófico pós desclassificação.
Bem, mas... e daí? A seleção perdeu, de virada, foi vergonhoso, segundo alguns mais apaixonados, mas o que muda? Talvez com a derrota este imenso país possa acordar do sonho de berço esplêndido e quem sabe começar a enxergar melhor. Talvez tenha sido necessário a derrota para que possamos ver os acontecimentos ao nosso redor com maior clareza, sem a escamoteação deliberada da copa do mundo.
Façam um exercício de imaginação simples: o Brasil consegue o título de hexa campeão mundial!! Se isso acontecesse, a exemplo das outras cinco vezes, teríamos um longo período de grandiosas festas e comemorações. Nossos heróis nacionais seriam todos banhados com as honras devidas a quem realmente leva e eleva o nome do país internacionalmente! Nós brasileiros, privilegiados por termos nascido no país do futebol.... Grande bosta!

Pão e circo como sempre pela história a fora. Enquanto isso as vítimas da enchente do nordeste sofrem, morrem, sentem fome,sede e frio. É isso ai Brasil... enquanto isso nossos políticos continuam metendo a mão no dinheiro público descaradamente!! Enquanto estamos hipnotizados diante do grandioso feito, as condições da educação no Brasil estão cada vez piores, mas os índices nos dizem que podemos comemorar!

Confesso que achei muito legal o Brasil ter perdido, apesar de ter torcido fielmente pra seleção vencer, quem sabe voltemos a viver nossas medíocres vidinhas de todo dia sem nenhum sonho de grandeza e de conquista ou manutenção da hegemonia mundial, nem que seja do futebol.

Agora

...e agora? Os sonhos que tive nessa hora. A morte que espero pacientemente. A vida que vivi, displicente. Os desejos que alimentei inutilmente. Os planos que fiz somente. A realidade que tenho na verdade. Nada disso é mais do que nada. Tudo isso é mais do que preciso. Não quero me apegar a nada. Nada que me escravize e que me prenda. Não presto atenção. Não há amigos nem amores capazes de me segurar. Jamais vou sonhar com o sossego infeliz do amor. Nem mesmo vou estar infeliz sozinho. A solidão é a única companhia desejada. A estrada, o caminho, a trilha, a morte que me espera nas esquinas é só minha e não a divido com ninguém...

Naquela noite

Naquela noite, depois que todos foram dormir, saiu. Suas coisas já estavam arrumadas há décadas. A pequena quantidade de objetos que havia separado para o acompanhar em sua viagem já estavam com ele. Carregaria apenas o necessário para a fuga. A mesma roupa com que foi ao trabalho no dia anterior seria suficiente. Os mesmos sapatos que o arrastaram durante um bom tempo pra a entediante rotina. Não levaria nada nas mãos que pudessem atrapalhar a viagem. Também não deixaria nada pra trás. Nem mesmo um aviso ou bilhete colado com ima de geladeira. Todas as inúteis tralhas que usou durante uma vida seriam esquecidos como se nada tivessem significado. As roupas, os objetos, os textos, as cartas, as fotografias, as lembranças da universidade, nada seria levado... 

Eu assim

A flor de luz se apagou
Instantes que voltam a ser
Aquilo que podem sonhar
As flores da mesa murcharam-se

As dores do todo deixaram assim
Amores que um dia virão
Com cores de beira de estrada
Rumores encardidos aqui e ali

Nos céus de sua boca
Nos véus de umas virgens
O começo são os botões
Espinhos, não sei não

Nas curvas que eu vejo
Tudo que não é meu
Debaixo dos tecidos
Feitiços e maldades

E as flores não dadas
E as dores sentidas
E as cores desbotadas
E os amores esquecidos

Nasce na fertilidade do vazio
No estreito de uma esperança
Que vida vive ali limitada
Mas morre quando nasce

E cai quando cresce
E some tudo ao redor
E ninguém mais vê
E rodopia no ar

Com músicas e hinos ao fundo
Você agora sempre escolhe
Eu não finjo que sei
E tu, tu me prefere assim