sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fim

Sentado bem tranquilamente em minha poltrona, zapeando os canais da minha caixa mágica e esperando tranquilamente o fim do mundo.

Meu relógio, um descartável daqueles que trocam as pulseiras, está parado desde as vinte e três horas e trinta e dois minutos de hoje.

Acompanho atenciosamente todos os acontecimentos, desde a morte, por incineração de uma mariposa bem na minha frente até a queda de um gigantesco satélite de telecomunicações a alguns quilômetros de distância.

A tv ainda está funcionando, mas de vez em quando a imagem some e também de vez em quando aparece um reporter amalucado gritando alguma manchete de alto teor sensaciolista.

Raul já dizia pra parar o mundo que ele queria descer, e, ao contrário do meu ilústre ídolo, eu não quero decer. Sim, eu quero participar de tudo enquanto o controle estiver em minhas mãos.

De repente um grito estridente de dor entra pela janela e invade meus ouvidos, sou obrigado a sair no quintal para verificar uma mulher correndo desesperadamente em direção às grandes esferas de fogo que caem do céu. Uma mulher, duas, um homem, vários, algumas crianças, inúmeras.

Pego minha câmera e registro tudo, no modo automático para não perder tempo com regulagens e configurações, contrastes, balanços de branco, iluminação. Isso tudo me atrasaria.

Volto pra dentro de casa, sento novamente, ainda tenho algum tempo. Desligo a televisão, ligo o computador. A net ainda funciona? Sim, funciona e no facebook eu posto todo o fim do mundo!!

domingo, 11 de novembro de 2012

Mais valia

O mundo tem valido
Um conto
No fundo, escondido
Num canto
Sem deus, nem zeus
Nem santo
Num sorriso sem riso
Só pranto.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sob controle


Ao sair do trabalho naquele dia não pude conter a raiva que estava sentindo do mundo. De mim mesmo talvez. Quem sabe? Caminhando desesperadamente sem sentir bem as pernas, enquanto os dedos do pé formigavam como se estivessem adormecidos. Um vento fraco e seco, mas quente, torturando meu rosto e meus cabelos. Tinha raiva até do vento. O dia estava acabando. Mais um dia se acabava e eu continuava exatamente como no dia anterior. A raiva que sentia era crescente, já que não conseguia me livrar daqueles nós que me prendiam.

Andei, vagarosamente, sem pressa alguma de chegar em casa. As ruas pareciam mais largas do que de costume e as calçadas naquele dia também não estavam como antes. O sol já estava bem baixo no horizonte, mas ainda estava forte. Encontrei uma amiga. – Boa tarde! Cumprimentos vazios e sem graça, distribuídos autômatamente como se máquina fosse. Outra amiga e a mesma coisa. Outras pessoas todas, cumprimentadas da mesma forma. Era como se elas verdadeiramente não estivessem lá. Na minha frente apenas uma escuridão fosca por onde eu travava uma dolorida batalha pra enxergar.

Segui por aquela rua esburacada, desci uma quadra, dobrei à esquerda, me deparei com vários homens dentro de um desses butequins. Que cena! Passei por eles muito rápido, cumprimentando discretamente um e outro. Em cidades como a minha é natural conhecer muita gente e percebi que a maioria daqueles homens que ali estavam, naquele horário, com um copo na mão e uma garrafa ao alcance do braço, devia estar em casa naquele momento. Como assim? Devia? Quem sou eu pra dizer o que o outro deve ou não fazer? Enfim, no momento eu fiquei com mais raiva ainda. Tinha vontade de passar uma descompostura naqueles homens, que estavam perdendo tempo naquela situação ridícula. Bêbados!

Mas passei por eles sem passar essa vergonha. Indignada, revoltada, segui meu caminho. Dobrei à direita e desci umas duas quadras para novamente dobrar à esquerda numa dessas esquinas de cidade pequena onde se concentram alguns comércios. Lembro que nesta esquina há alguns anos existia aquilo que a gente chamava de venda, que é o equivalente aos supermercados de hoje em dia. Mas as vendas eram melhores, com certeza. O atendimento era personalizado, tínhamos um atendente só pra gente, era muito confortável. Mas isso já é saudosismo. O que é isso? Eu não sou assim.

Bem, nessa esquina mais um bom número de desocupados assistindo de camarote o trabalho alheio ou então gastando aquilo que não tem por que qualquer coisa é melhor do que ir pra casa. Descansar do trabalho, ficar com a família, cuidar e dar atenção aos filhos não é uma opção válida pra esses sujeitinhos. O melhor mesmo é ficar na rua, se esbaldando, jogando conversa fora. Esquecer da realidade é a única alternativa que eles tem para viver alguma ilusão.

Não gostei do que vi. Não gostei do que ouvi. Mas não podia fazer muita coisa a não ser baixar a cabeça, escutar alguns desaforos obscenos e seguir meu caminho. Minha realidade me esperava.

- Boa tarde! – Como você vai? – Andou meio sumida? – O que houve? – Que saudades de você! - Passa lá em casa! – Preciso te contar umas novidades! Todas essas indagações e cumprimentos que mais uma vez respondi sem responder, apenas com uma expressão falsa de contentamento ou com um balançar duro da cabeça. Pra que aumentar conversa com essas comadres de plantão? Seus maridos estavam fazendo naquele momento tudo aquilo que originou meu ódio e elas, amélias, estariam prontas pra eles quando chegassem em casa. No fogão comida pronta. Cueca, toalha e chinelo no banheiro. E ainda uma bela expressão de felicidade no rosto.

Deixei essas divagações pra trás. Apertei o passo, pois já estava um pouco atrasada. Meu marido não era tipo que ia pra botecos ao sair do trabalho. Ele ia e gostava muito, chegava tarde todo dia, mas ele sempre ia após ir pra casa, realizar aquele maldito ritual em que me mantinha submissa sob seus pés durante tantos anos. Ele ia primeiro pra casa e eu não podia chegar depois dele. Fato! Apertei o passo, quase corri mesmo.

Cheguei primeiro. Ufa! Preparei o jantar. Arroz, feijão, carne moída com batata, salada de tomate com repolho, esse era o cardápio de hoje. Tomara que ele goste! Eu sempre rezava por isso. Tudo pronto, preparado e ele chegou. Estranhei o beijo na testa. Achei muito estranho o afago na nuca, apesar de ter gostado. Mas nada mudou. Entrou no banheiro e fez as requisições de sempre. Aos berros levei apressada a toalha. Preparei seu prato. O de sempre.

Sentou-se à mesa e desfiou o rosário costumeiro de reclamações do seu dia. Sim, sempre o seu dia. E o meu dia? Não, isso não importava. Comeu, bebeu, levantou-se para deitar no sofá. – Cadê o controle? Pega pra mim! Anda logo! Pssiu, quero ouvir a notícia! Pronto, era o silêncio de sempre a preencher todos os espaços da minha vida. Eu sabia que todos os outros dias seriam exatamente iguais.

Ainda tentei dialogar, conversar uma última vez sobre coisas da vida ou sobre nossa própria vida. Ele não me deu alternativa. Ensimesmado no seu mundo ele permaneceu e eu gravitando em sua órbita, inerte, sem chance alguma de mudança de posição. Levantei-me, fui até a cozinha. Ainda parei no corredor e olhei pra mim mesma refletida no grande espelho na parede na ilusão de me desfazer daquele sentimento que me tomava. Não adiantou. Abri a gaveta da pia, não foi difícil encontrar o que procurava. Voltei silenciosamente até a sala. Olhei uma última vez pro homem deitado no sofá, com o controle da TV na mão. Eu não o conhecia mais, não era meu marido e eu não podia sentir nada além de ódio por aquele homem. Sem nenhum remorso ou arrependimento. O corte profundo na garganta resolveu todos os meus problemas. Matei e vi seu sangue escorrer pelo sofá até o chão e formar uma grande poça. Poça onde fiquei subalterna durante tanto tempo. Olhando praquele corpo inerte no sofá e pro sangue acumulado no chão decidi. Agora que matei, matarei!

domingo, 19 de agosto de 2012

Domingos encontros!

Aquele domingo preguiçoso
A manhã inteira perdida
A tarde quase esquecida
Dia de computador
No balcão a chave do carro
Chave do cadeado
Que tranca o portão
La fora algumas surpresas
Se foram alguns mais velhos
Ficaram inúmeros novatos
Encontros no meio da rua
Vidro do carro abaixado
Um toque, um cumprimento
Asfalto, calçada, esquecimento
Volta pra casa depressa
Despedida que nada
Fica mais um pouco
Senta, fala, escuta, aprende
Quatro, cinco ou seis amigos na mesa
Mesa redonda repleta de copos
Repleta mesa de sonhos
Redonda mesa de cartas
Cartas marcadas talvez
Marcas de velhas amizades
Malhas trançadas com sorrisos
Afinidades e mais alguns sonhos
Que encontro, no ponto
Tudo pronto e marcamos novamente
No mesmo lugar
Num outro domingo
Ao sabor de nossa música preferida
Aquela que escrevemos na hora
Mais uma daqueles domingos
De escolhas improváveis
E experiências incríveis
Até o próximo domingo
Que seja logo esse dia
Pode ser na segunda
Na quarta ou na sexta
O próximo domingo.

domingo, 12 de agosto de 2012

Palavras


Sou melhor com as palavras escritas do que com as faladas. Últimamente tenho exagerado com estas últimas. O resultado direto é que tenho afastado as pessoas de mim. Talvez seja eu que esteja me afastando das pessoas. Não sei quem é o protagonista dessa novela.

Confesso que eu estou cada vez mais excêntrico e parece que a cada dia conquisto o direito de não gostar de algumas coisas que antes eu fingia que gostava para manter uma certa aparência social, uma tranquilidade que não mais me satisfaz.

O preço é alto a ser pago. Por enquanto eu tenho pago, mas até quando eu vou suportar isso? A idade, que vem se aproximando, talvez me diga o que fazer. E se não disser? Provavelmente vou continuar falando mais do que devo e calando menos.

Mas que bosta de texto é esse? Uma confissão ou um desabafo? É que as vezes me sinto sufocado. A sensação real é de uma corda no pescoço. Mas tudo bem, eu sempre vivi na corda bamba mesmo, sempre convivi no extremo. A diferença sempre foi meu forte e nunca fraquejei. No máximo uma dúvida e pra quem não sabe, a dúvida é o motor do mundo.

Ainda tenho algum tempo sobre o planeta pra aprender mais algumas coisas. Posso até não aprender, mas vou morrer tentando. Desistir não é um verbo que eu costumo de conjugar. Assim, pra ouvir mais do que dizer vou precisar recalcular minhas rotas. E isso, felizmente, eu tenho pleno domínio. Sei exatamente onde, como e quando quero chegar!!

Dia dos pais

 
Meu pai não teve tempo de me ensinar muita coisa. Não teve oportunidade de me ensinar o que é ter um pai. Por outro lado, por ter me deixado cedo, involuntariamente me ensinou a me virar sozinho. 
Óbvio que minha mãe tentou fazer os dois papéis. Em alguns momentos ela até conseguiu. Mas existem algumas coisas que somente os pais podem ensinar e eu não tive esse privilégio. Não sou melhor e nem pior do que ninguém por isso. Apenas tive que correr atras das minhas coisas sozinho e aprendi muito com minha mãe, mas também aprendi muito sozinho também.
Andei muito, saí de casa, morei sozinho em vários lugares, conheci muitas e diversas pessoas, fiz muitas amizades, algumas delas foram eternas enquanto duraram, também me apaixonei inúmeras vezes e em todas elas eu fui capaz de amar incondicionalmente.
Todas essas aventuras me fizeram quem sou hoje e o melhor de tudo é que continuo aprendendo muito. Aprendendo a viver vivendo. A figura do meu pai não faz falta porque não sei o que é isso. Mas a vida que tive me ensinou muitas coisas e hoje eu tento ser um pai que eu não tive. 
Meus filhos talvez se lembrem de mim com saudades quando eu morrer, talvez nem se lembrem, mas acredito que todo pai faça sempre o melhor, na intenção de acertar, mesmo que nem sempre isso aconteça. 
Os meus filhos tem o direito de escolher coisas que eu não ensinei pra eles da mesma forma que eu fiz muitas escolhas independentes daquilo que minha mãe me ensinou. Isso é perfeitamente natural quando essas escolhas não ultrapassam os limites dos valores que, de um jeito ou de outro, são oriundos da família. 
Sei que não sou infalível, aliás, quem é? Espero, ao menos, um dia reconhecer em meus filhos aquilo que sonhei eu mesmo realizar ou me tornar. O que é ser pai senão uma eterna busca de realização de sonhos que fomos incapazes ou não tivemos oportunidades de realizar.
Amo meus filhos, quero o melhor pra eles. Sempre! Mas não me cobrem perfeição, pois erro e erro muito com eles. Meu consolo é que sei que a balança ainda está favorável. Me esforçarei pra ser melhor pai do que fui como filho.
Feliz dia dos pais, pra mim mesmo e pra todos os pais. Feliz dias dos pais sem presente algum e sem comemoração alguma, por que ser pai, assim como ser mãe, não é um fato pra se celebrar em apenas um dia.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

“Nóis é corintia”

Frustrando as expectativas de todos os anti-corinthianos de plantão na noite de ontem, o Corinthians, com a raça que é bem conhecida nos domínios do "timão", venceu o jogo e está classificado para as semifinais da libertadores. Um jogo marcado por uma forte atuação da marcação de ambos os times. 

Um quase interminável jogo de xadrez onde cada equipe se estudou o tempo todo, tendo o cuidado pra não cometer nenhum erro. Os erros vieram, pois são inevitáveis e o vencedor foi aquele que aproveitou eficientemente o erro do adversário. 

Diego Souza não foi capaz de aproveitar sua oportunidade, e que oportunidade, ele e o goleiro, só os dois dentro da área e longos e eternas frações de segundo na cabeça dos torcedores corinthianos que, com certeza, temiam o adiamento, por mais um ano, do sonho da libertadores. 

Paulinho, foi mais feliz, ou mais competente, ou ainda, teve mais de uma chance e na segunda não quis saber de perder a oportunidade, colocando a bola pra dentro do gol e dando a possibilidade dos fiéis torcedores corinthianos finalmente soltarem aquele grito que estava preso, abafado, impedido de sair nos longos 180 minutos que duraram o jogo. 

Mas o gol saiu, o grito saiu, o Corinthians ganhou, se classificou e essa crônica pôde ser escrita. Sorte de quem estava lá. O azar dos vascaínos ou a incompetência de Diego Souza puderam coroar uma atuação onde pudemos ver a raça corinthiana mais uma vez. 

E os anti-corinthianos ein!? Como ficam nessa história!? Decepcionados com a atuação do seu time do coração de ocasião. Aliás, o sentimento dos anti-corinthianos é sempre de decepção, pois não adianta adotarem, convenientemente, as camisas dos mais diversos clubes brasileiros nas situações em que o jogo é contra o Poderoso Timão. Não adianta, o timão sempre os decepciona. 

Nessa altura do texto, talvez, os anti, só vou chamá-los assim daqui pra frente, estejam argumentando que o Corinthians não tem nenhum título da libertadores, nem do mundial disputado em Tokyo, tudo bem, tenho que concordar. Mas nenhum clube brasileiro tem o que o Corinthians tem. Sua torcida. Sim, a torcida corinthiana é seu maior título e somente à torcida deve satisfação. 

Qual time brasileiro pode se orgulhar desse patrimônio? Até poderia enumerar os títulos do Corinthians, que não são poucos, mas acho desnecessário diante do espetáculo que temos a cada jogo, a cada competição, a cada vitória e ou derrota. O time corinthiano é a cara de sua torcida. 

Parabéns Corinthians. Parabéns torcida eternamente FIEL. 


Edmilson Rodrigues da Silva 
Professor de História 
Sindicalista 
Estudante 
Escritor (nas horas vagas) 
Doente... 
Sim, doente pelo Corinthians.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Vítima é vítima

Uma adolescente de 17 anos foi estuprada em Kaloré. Um fato desse estampado na primeira página de qualquer jornal causa um grande impacto. As pessoas, muito rapidamente, consideram um crime gravíssimo. O raciocínio é muito simples e pode ser explicado com a nossa tão nobre regra de ouro: “não faça aos outros aquilo que você não quer pra si”. E também nos remeteria a uma compreensão fundamental das regras de conduta tão claramente explicitadas em nossas leis. Estupro é crime e segundo essas mesmas leis, deve ser evitado, prevenido, investigado e punido.

Com sete, dezessete ou com cinqüenta e sete anos, uma mulher estuprada é uma mulher violentada, violada, desrespeitada. A uma mulher vítima de estupro foi negado um direito fundamental que é o direito de decidir sobre seu próprio corpo. Foi negado também o direito de se defender, já que quem sofre tal violência, geralmente, não tem coragem de acusar seu agressor. Foi negado o direito de exercer sua liberdade para ser gente, para exercer sua humanidade.

Em uma cidade pequena um ato como esse toma proporções gigantescas, afinal conhecemos todas as pessoas envolvidas, mesmo que superficialmente, e isso torna a missão de encarar o problema com a necessária imparcialidade muito difícil. Pelo menos é o que dá para analisar num primeiro momento. Há pessoas que se apressam em julgar esse ou aquele padrão comportamento como ideal da sociedade. Escuta-se pelas esquinas e rodas de conversa todo tipo de argumento para defender o lado A ou o lado B da história. Uns mais apaixonadamente outros menos, mas todos têm uma bela opinião sobre o assunto e as mais mirabolantes teses sobre o ocorrido baseados exclusivamente no “achômetro”.

Não podemos e nem devemos acusar ninguém por que o “achômetro” não é um instrumento científico utilizado pelos investigadores e sendo assim, não é confiável. Não podemos apontar o dedo pra esse ou aquele suspeito simplesmente porque achamos. Qualquer argumento a favor ou contra, que defenda ou ataque, que transforme qualquer suposto suspeito em autor do crime é mera especulação de gente desocupada que não tem mais o que fazer. Esse é um dos lados da moeda.

O outro lado é o lado da VÍTIMA. Escrevi em caixa alta porque é para destacar mesmo. Na definição do dicionário Aurélio, vítima significa pessoa torturada, ferida ou que sucumbe a uma desgraça. A definição é clara, límpida e cristalina. A adolescente é uma vítima de violência e não existe argumento no mundo capaz de transformá-la em AGRESSOR, que é aquele que comete ato violento. Viram a diferença? A garota é vítima e não se discute. Esse ponto é inegociável e a sociedade Kaloreense e brasileira tem que compreender isso.

Temos inúmeros exemplos Brasil a fora de casos onde a vítima foi transformada em agressor. Só pra exemplificar tem o caso do filho do homem mais rico do Brasil que atropelou um ciclista, que morreu, e ainda posou de vítima na mídia. Um pouco mais recente tem o caso do STJ que inocentou um homem que estuprou três meninas menores de dozes anos alegando que as meninas eram garotas de programa.

Isso é inadmissível para uma sociedade que tenha pretensões de ser séria. Onde está a justiça para essas pessoas que foram vítimas e não agressores? Essa mesma justiça deveria funcionar para os acusados ou suspeitos desses crimes, para que os casos sejam investigados com competência para não corrermos o risco de condenar um inocente.

No caso aqui de Kaloré, espero que aprendamos algo com o acontecido. Que aprendamos a não julgar as pessoas antes de conhecê-las e quando digo conhecê-las, falo em reconhecer as vítimas das agressões independente de sua orientação sexual, do seu gênero, etnia e religião. Reconheçamos a urgência de perceber que as pessoas são diferentes e que as oportunidades nunca são as mesmas e isso faz a diferença na formação de qualquer indivíduo. O preconceito e a discriminação está em nosso seio e precisamos nos livrar desses males que nos atormentam. Não esqueçam, vítima é sempre

 vítima.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Monopólio discursivo religioso

A cegueira fundamentalista religiosa que estamos vivendo atualmente não permite que percebamos a existência das várias opiniões divergentes no seio da sociedade. Não somos capazes de transformar nosso discurso e ações para que estas consigam alcançar a beleza de ser do pensar diferente. Fala-se muito em maioria. Maioria disso, maioria daquilo, mas essa mesma maioria esquece-se de que quando tentam justificar seus atos com a democracia da maioria, que na verdade é uma ditadura da maioria, coloca em risco as minorias que não são obrigados, democraticamente, a pensar e a acreditar naquilo tudo que a maioria acredita.

Jogam na minha cara o fato de eu ser ateu como se isso fosse uma lepra, uma doença contagiosa. Eu não tenho culpa de não compartilhar com a maioria o monoteísmo ocidental, não posso ser julgado e condenado por crer em outras coisas, acreditar em outros deuses e ou, pelo menos, acreditar que se eles existem, em nada divergem do tal deus único cultuado no ocidente. Não posso ser massacrado por isso. O que mais incomoda são as justificativas utilizadas na tentativa de racionalizar sua própria crença.

Alguns mais afoitos falam em liberdade de escolha, que eu não devo interferir na educação dos meus filhos, que eu tenho que deixa-lo escolher se quer acreditar em deus ou não. Mas que conversa fiada é essa. Uma criança escolher? Como é isso? Como uma criança pode escolher o que é melhor pra ela sem a ajuda dos pais? Não consigo conceber isso. Porque então, ao invés de me acusar de autoritarismo ou qualquer outro ismo, não deixam seus próprios filhos escolherem se querem ser da mesma religião dos pais ou não. E é obvio que escolherão a religião dos pais. É natural que isso aconteça. Estamos inseridos num meio que dita o que pensamos e no que acreditamos. Por que então eu não posso ensinar meus filhos a serem ateus como eu?

Falam também em neutralidade. Isso realmente é muito importante. Todo o ser humano não pode, jamais, tomar partido de nada e muito menos defender suas opiniões e pontos de vista. Legal! Uma sociedade assim seria muito interessante! Aí eu pergunto, e a liberdade de expressão? Não adianta os religiosos de plantão pregarem ou vomitarem aos quatro cantos que são neutros porque isso é papo furado. A neutralidade monoteísta em si já é um abuso dos direitos de quem não crê em um deus.

Já ouvi muitos religiosos falando em “oração universal”. Aquela que todos deveriam saber! Sabe qual? O tal do pai nosso, que de universal não tem nada. Nunca vi nem ouvi falar que os budistas, umbandistas, o povo de santo, hinduístas e outras religiões conhecem tal oração e a utilizam em seus rituais religiosos. Assim, a “oração universal” não se aplica em espaços públicos, aliás, é muito pretensiosa, tendenciosa e doutrinária, já que remete automaticamente ao monoteísmo ocidental. E quando rezam a tal da “oração universal” em espaço público, eu como cidadão, exercendo meus plenos direitos, posso me sentir lesado, já que na constituição de 1988, a constituição cidadã, diz que nosso país é laico.

Nesse sentido, percebe-se que o estado laico está longe de ser instituído de fato. Ainda não temos condições de estabelecer essa separação entre o estado e a igreja, já que as pessoas ainda confundem as coisas. Acham que os espaços públicos são a extensão de suas igrejas. Não prego e nem acredito no fim das igrejas. Apenas acredito que meu direito de não crer tem que ser respeitado da mesma que os religiosos exigem o respeito à sua tão estimada liberdade religiosa.

Quando afirmo que sou ateu, não estou ofendendo ninguém, pois essa afirmação, por si só, não diz se a religião faz bem ou mal, se é prejudicial às pessoas ou não, se sou contra as pessoas que tem religião e muito menos significa que eu tenho ódio de toda e qualquer religião existente sobre o globo. É apenas uma constatação da minha não crença em um deus criador. Nada além disso. Sem ofensa, sem pretensão, sem prepotência e muitomenos sem radicalismo.

Quando alguém fala, perto de mim, que é monoteísta, não me sinto ofendido, pois sei que tal afirmação também não carrega nenhuma mensagem subliminar contra as pessoas atéias. Falam para afirmar e confirmar sua fé diante de alguém que não crê, nada além disso. Não fico vendo fantasmas nas falas das pessoas.

Não nasci ateu. O ateísmo foi um processo doloroso pra mim. Me aceitar como tal foi mais difícil do que possa imaginar as pessoas religiosas que convivem comigo. Afinal, eu seria o diferente e sabia o que isso significava por outras experiências vividas. Encarei, paguei pra ver. Mas, pra além daquilo que acreditamos, somos amigos. Convivemos e principalmente nos conhecemos. Qualquer juízo de valor, onde as pessoas são diminuídas e inferiorizadas, é e tem que ser encarado como preconceito e discriminação. Desrespeito mesmo.

Não olhem pra mim como se eu fosse a “besta do apocalipse”. Tenho minhas opiniões e não abro mão delas, pois fazem parte de mim, de quem eu sou. O que não me impede, em nenhum momento, de mudar de opinião, aperfeiçoar os antigos conceitos e formar outras opiniões. Talvez o meu discurso assuste um pouco e nesse caso é necessário que eu compreenda que é mesmo muito difícil entender ou compreender uma pessoa que quebre o monopólio monoteísta com sua não crença. Esse é o meu consolo.

Todas as pessoas que convivem comigo me conhecem o suficiente pra saber que sou um homem de bem. Elas sabem que meu ateísmo não vem rotulado com mau-caratismo, desonestidade e outros defeitos tão comuns na sociedade moderna. Todos temos defeitos, uns mais, outros menos, mas também todos temos virtudes, que sem elas seria melhor nem viver.

Ao colocar todos os meus defeitos e virtudes na balança, e isso qualquer pessoa que me conheça minimamente pode fazer, vai sobrar mais virtude que defeitos. E posso afirmar, convictamente, que o ateísmo não é algo que eu encare como defeito, da mesma maneira, tenho certeza, que não é pra aquelas pessoas que dizem que me conhecem.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Programa Antitabaco em Kaloré



O Programa Antitabagismo é uma política federal de atendimento às pessoas interessadas em parar de fumar, portanto é inteiramente financiado pelo S.U.S. Todos os medicamentos e procedimentos realizados são pagos pelo sistema único de saúde. Esse é o primeiro ponto. 

Para entendermos melhor como funciona o programa vou descrever o “passo a passo” de como acessar o serviço aqui em Kaloré e qualquer outro lugar do Brasil. Na cidade de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, por exemplo, atendeu em 2011 68 pessoas. Esse atendimento foi feito atendendo às normas estabelecidas pelo Programa Nacional de Combate ao Tabaco, elaborado pelo Instituto Nacional do Câncer – INCA e pelo Ministério da Saúde.

Vamos ao programa:

1. O interessado deve procurar a secretaria de saúde de seu município; 
2. Ir até a unidade de saúde mais próxima de sua casa; 
3. Passar por uma avaliação clínica para determinar o grau de dependência; 
4. Se a dependência for considerada física o paciente deve ser encaminhado para um grupo de apoio coordenado por profissionais da saúde; 
5. Caso haja dependência psicológica, o paciente receberá o tratamento adicional com remédios. 

Basicamente é isso. Não tem muito segredo e nem dificuldades. Os remédios são todos gratuitos. São utilizados adesivos e gomas de mascar para os níveis mais baixos de dependência e nos níveis mais altos é utilizado o anti-depressivo Bupropiona. E em casos crônicos o paciente ainda pode ser encaminhado para um Centro de Atendimento Psico-Social (Caps). 

Com esse procedimento, segundo o INCA, os índices de pessoas que deixam de fumar fica em torno de 40% e 50%, que são dados da organização mundial de saúde.

Bom, agora que já compreendemos minimamente o tema posso lançar algumas reflexões e indagações sobre o citado programa aqui em Kaloré. Por favor, não considerem esse matéria uma crítica, ao contrário, é apenas um “querer saber”, um indicativo de solução de um possível problema e mais, pode ser a prevenção de problemas ainda muito maiores. Vamos aos questionamentos:

1. Quem é o responsável pelo programa em nosso município? 
2. Como é feita a triagem? 
3. Quem são os médicos envolvidos? 
4. Onde são realizadas as reuniões? 
5. Com que freqüência? (o programa fala em 3 ou 4 reuniões semanais) 
6. Quantas unidades dos medicamentos vieram pro município? (adesivos, gomas de mascar e BUP) 
7. Os medicamentos estão sendo distribuídos? 
8. Onde estão estocados? 
9. Como estão os prazos de validade desses medicamentos? 
10. Etc...

Enfim, apenas questionamentos que são facilmente respondidos se o programa estiver sendo executado tal como o prega o Inca e o Ministério da saúde. Se não for o caso, aí estamos com problemas, já que não é apenas uma questão de saúde pública, mas também uma questão econômica, pois sei, por experiência própria, que esses medicamentos são muito caros.

Fontes:






terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Carnaval tradição em Kaloré



E o carnaval está acabando... Aqui em Kaloré talvez nem devesse ter começado. E quais serão as lições do carnaval 2012 na nossa querida cidade? Tenho algumas suspeitas, algumas dúvidas e pouquíssimas certezas. 

O fato é que foi mais da mesma coisa. Tudo igual ontem. A mesma coisa de sempre. Se é que me entendem. 

Falam de carnaval tradição e fico me perguntando que tradição é essa? Tradição de ouvir funk? Sertanojo? Ah! deve ser a tradição dos blocos!!! Se for isso, também não consigo compreender, por que não existe um bloco sequer que tenha muito mais de 2 ou 3 anos de duração. A cada ano aparece um e em pouco tempo se extingue. Que tradição é essa?

Só se for a tradição da bebedeira institucionalizada dos menores de idade, com apoio irrestrito do comércio, dos blocos, do clube e de parte das nossas autoridades.

Enfim... o carnaval está um verdadeiro CARNAVAL, numa definição totalmente alegórica do termo!!!

Olha apenas um dos resultados do nosso carnaval tradição aí!!!




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carnaval em Kaloré... 1º Dia

Acabei de chegar em casa. Estava conferindo de perto o "tar" do trio-elétrico aqui em Kaloré. A ideia até que foi boa, mas acredito que não tenha funcionado exatamente como os organizadores planejaram. Penso que vários fatores influenciaram nesse resultado. Citarei apenas alguns exemplos fundamentados em uma observação bastante superficial, já que não suportei permanecer no local mais do que o tempo necessário para constatar o óbvio.
1. O carnaval aqui (e em outros lugares também) é confundido com baderna; anarquia (se ainda fosse o outro tipo de anarquia); bagunça;
2. Nunca vi tanta gente desinformada reunidas em um espaço tão pequeno;
3. O povo confundiu com rodeio ( e nesse caso tenho muitos outros motivos para abominar o que vi nas ruas de Kaloré);
4. As músicas tocadas, e se eu estiver errado por favor me corrijam, não eram de carnaval... nem de longe. Pelo contrário, havia de tudo, mas o que dominava era a inconfundível filosofia dos sertanojos de plantão;
5. Por último e não menos importante cito o campeonato municipal de som... organizado aleatoriamente, mas que cumpriu sua função fielmente, pois conseguiu, com eficiência, encobrir o som do famigerado trio-elétrico.

Bom, talvez eu não seja o mais indicado para escrever esse texto com as observações acima elencadas, pois não escondo nenhuma das minhas controversas opiniões a respeito de diversos temas. Mas não pude resistir. A coisa anda desacreditada e a cada ano piora ainda mais. Não sabemos mais comemorar nada. Nada mesmo. E até o carnaval nós conseguimos estragar, azedar. Sei lá, acho que estou ficando velho mesmo, por que eu lembro-me de ter apreciado muito essa data. Lembro-me de não perder uma noite do carnaval, mas confesso que não me lembro dessa baixaria que eu vi hoje na avenida da minha cidade. Talvez em esteja com a memória um pouco afetada se o meu problema for de velhice e se for esse o caso, desculpem-me por esse desabafo, por favor.

Divirtam-se bastante, com suas músicas que não significam nada pra cultura popular; com sua sensualidade, com suas garrafas de bebidas, com sua doce ilusão e com a certeza de que é apenas diversão simples e inocente.

Muito obrigado pela parte que me toca, mas prefiro me retirar desse circo de horrores!!!

Palestra de auto-ajuda dia 6 de Fevereiro

Rapaz... Estive na palestra sobre avaliação realizada hoje no auditório da FECEA em Apucarana.... puta que pariu... Mais uma aula de catequese, daquelas de iniciação as cristianismo neo-liberal, com perolas do tipo: você pode, você consegue, você é capaz, basta querer, tem que ter fé e outras desgraceiras que já estamos bem acostumados. O ponto alto do encontro foi o palestrante abrir os trabalhos cantando, literalmente, uma música gospel. Vocês imaginam, com uma abertura assim, o que se esperar do restante da fala do cidadão. 

Ah... a palestra sobre avaliação... foi foi.... digamos... muito boa!!!!

Semana Pedagógica dia 7 de Fevereiro

Hoje tivemos mais uma palestra. O último dia da semana pedagógica foi coroado com uma bela azeitona, se compararmos a semana pedagógica com uma empada, mas acho que não é o caso! Enfim, o fato é que estivemos todos presentes na casa da cultura apreciando mais essa esclarecedora palestra. Pra variar o evento foi combinado, estratégicamente, com um calor infernal que nem mesmo os potentes ventiladores do local puderam dar conta de refrescar os encalourados presentes. Parece engraçado, mas não é, pelo contrário é trágico. Pudemos reconstruir o significado do nome da nossa cidade. No mínimo o calor nos remeteu a uma piada muito conhecida entre nós kaloreenses que versa sobre uma inusitada situação em que um compadre pergunta pro outro: calor? e o outro compadre responde: é; depois junta-se tudo, troca-se a letra c pela letra k e pronto, temos a linda, maravilhosa e única Kaloré. Caso vocês não saibam, Kaloré é única cidade do país que tem a letra k em sua inicial, mas isso não vem ao caso nesse momento. 
Voltemos à palestra. Com a de hoje, tivemos três e segundo minha avaliação, foi a menos pior. O palestrante de hoje conseguiu superar os demais, principalmente por que pareceu-me menos auto-ajuda que os outros. Caso se perguntem o por que não gosto de auto-ajuda, explico superficialmente: na minha concepção auto-ajuda significa neoliberalismo. Simples né. Caso queiram descobrir o que significa neoliberalismo, aconselho uma breve consulta ao senhor GOOGLE, por que não pretendo me alongar nesse post explicando detalhadamente sobre essa desgraça! O palestrante, muitas vezes, também conseguiu se enrolar em coisas simples, apesar de todos os seus títulos e dos diversos livros publicados. Em algumas situações achei que ele estava subestimando minha inteligência ao explicar, detalhadamente com mais de um exemplo, conceitos que, acredito, todos os professores obrigatoriamente deveriam saber.
Ainda tem a questão das citações religiosas que ele fez ao longo da palestra. Nesse ponto quero abrir um parenteses para louvar o fato de que foi o único que ao menos lembrou o fato de que na platéia poderia haver algum professor ateu e nesse caso eu me senti contemplado. Apesar desse louvável gesto, preciso fazer uma crítica ao discurso religioso em espaço público mais uma vez. Acredito que ele foi infeliz e anti-ético nesse caso, pois se o fato em questão fosse passível de alguma punição, ele teria sido imoral, segundo sua própria explicação. 
E assim terminou mais uma semana pedagógica. Acredito que a maioria dos professores que ali estavam, talvez, é provável, não tiveram as mesmas impressões que eu, por isso afirmo e reafirmo minha liberdade de expressão através dessa pseudo-crônica.

Quais regras você gostaria de quebrar?

Quais regras você gostaria de quebrar? Pense em algo que você nunca fez. Isso... isso mesmo... é exatamente disso que estou falando. Daquela sua vontade escondida e que morre de medo que alguém descubra. Um cigarro talvez? De maconha!!?? Ah... fica frio, pois ser chamado de drogado pode ser até divertido. Que tal revelar, ao menos pro seu melhor amigo ou amiga que você não acredita em deus? Você vai ser reprimido, mas seja forte, já que nada de sobrenatural vai acontecer com você. Que problema tem em usar cabelo comprido, gostar de rock e vestir só roupa preta? Se é seu desejo, faça e faça logo. Qual é o problema em achar ridículo a pseudo-cultura sertaneja? Que problema pode haver em considerar os rodeios uma barbaridade digna dos festivais medievais!!?? Ninguém deveria se sentir acuado e intimidado em defender os direitos das pessoas. Você tem medo de defender o direito dos LGBT!? De apoiar a descriminalização do uso da maconha? Tem reservas quanto a emitir sua opinião favorável ao direito da mulher de escolher se quer, ou não, levar uma gravides até o fim!? E o preconceito racial, o racismo!? Vai me dizer que você é racista!? Acho que não, mas se for, trate de se livrar o mais rápido possível "disso". Desça do muro meus amigos e amigas. Decidam-se e decidam-se rápido. A vida é muito curta pra ficarmos o tempo todo comprando opiniões no buteco da esquina. Decidam o que querem e façam. Ousem transgredir uma regra ou norma. Pode ser uma bem pequena hoje, outra amanha. Quando perceberem estarão contestando coisas inimagináveis. Ousem e vivam. Esse é o charme e a beleza de se estar vivo. Tem uma frase, não lembro de quem era, que li aqui no facebook que diz que é preciso nos mexer pra que sintamos as correntes que nos prendem. Mexam-se, sintam as correntes e saibam que podemos quebrá-las. Mas que consigamos chegar ao fim de nossas vidas com a satisfação de ao menos ter tentado