sexta-feira, 26 de junho de 2009

Prisão Mental

Todas os escritos não passam de uma grande farsa.
Não falo nada daquilo que realmente sinto.
Não faço exatamente nada de tudo o que penso.
E mesmo assim continuo escrevendo automaticamente
coisas que não me afetam e nem influenciam.
O que me move são os dilemas alheios
que presencio no meu dia-a-dia.
Faço porque é involuntário a atitude.
Escrevo porque quando começo não consigo mais parar
e concluir um pensamento é um exercício de vontade
muito arriscado e difícil pra mim.
Os textos são sobre coisas que tropeçam
em mim de forma aleatória, e eu os agarro
e tomo posse, como se fossem meus.
Mas não são.
As ideias e a inspiração não podem ter proprietário.
Todo processo de criação surge naturalmente
quando as pessoas desejam enxergar aquilo que as rodeiam,
mas aprender a fazer isso talvez
seja muito mais difícil do que se pensa.
Hoje temos milhares e milhares de motivos,
escancarados em nossa face, para produzir alguma coisa,
seja escrito, falado, pintado, encenado e etc e tal.
Aprendemos muito facilmente a ignorar o belo,
o estranho, o diferente, o sobrenatural
e assim transformamos todos esses fenômenos diários em monotonia,
em algo que temos tanto e com tanta freqüência
que não conseguimos mais perceber.
Não estamos preparados pra perceber
as infinitas possibilidades que nos são proporcionadas.
As oportunidades de vermos algo novo no velho
são pequenas porque não queremos verdadeiramente
sair da casca que nos prende e sufoca
nesse pequeno mundo em que nos prenderam quando nascemos.

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