segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Independência ou morte

7 de setembro. Dia em que deveríamos comemorar a independencia do brasil e inocentemente ainda comemoramos, festejamos com orgulho e festa o desligamento do brasil de Portugal. Fico aqui me perguntando e muitas vezes as respostas não são nenhum pouco agradáveis. Vejo o que o nosso tão belo país tem se tornado ano após ano, década após década e algumas dessas transformações são nefastas e totalmente prejudiciais. Mesmo assim comemoramos com fogos e flores esse dia.

Não teremos motivos nenhum pra comemorar nada enquanto houver sobre tão rico solo brasileiro 1/3 da população caracterizada como gente mizerável, sem nenhuma condição de viver com dignidade. Para o IBGE é tudo muito simples diagnosticar como abaixo da linha de pobreza gente que também faz o brasil, gente que vive e morre o brasil, gente que quer apenas uma chance, gente que quer apenas ser tratado como gente.

Não acredito que tenhamos oportunidade de comemorar o dia 7 de setembro se o povo brasileiro não compreender realmente o sentido dessas tão efusivas cerimônias, com parada militar, fanfarras, desfiles de soldados e de alunos. O os objetivos estão claros, basta querermos ver e olhar a nossa volta ou ao menos tentar acompanhar os noticiários. Basta acordar e ver que toda a festa somente escamoteia uma verdade que é muito dolorosa, mas que devemos saber.

O país está no rumo errado, sendo dirigido por gente equivocada, incapaz e corrupta e nós estamos nos comportando como meros espectadores dessa tragédia grega que se chama brasil e assim concordo interamente com Lima Barreto quando disse que "O brasil não tem povo, tem público".

O que precisa ser feito não é uma tarefa fácil, aliás é quase impossível, mas como quase é uma palavra que é condicionada pela ação, devo acreditar que é possível sim promover uma grande mudança no cenário político brasileiro, simplesmente com atitudes de gente simples, ricos, milionários, abaixo da linha da pobreza ou não, mas que entenda o momento pelo qual passa nosso país e que queira muito que tudo mude pra melhor.

É chegado o momento de colocar um ponto final na farra das pessoas que são eleitas para nos representar e defender os nossos interesses, mas o que fazem é apenas defenderem a si mesmos. Não podemos mais conviver com esses pulhas que aprontam, pintam e bordam às nossas custas e depois ainda tripudiam da nossa opinião, como fez um ilustre senador no congresso nacional.

É necessário que comecemos a nos perguntar porque nos sentimos tão acuados pelas autoridade instituídas quando deveríamos na verdade era reclamar das atrocidades que são cometidas em nome da próxima eleição. Nos calamos diante do abuso da autoridade de vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores e presidente. Temos que sair da concha e iniciar um movimento de expulsão da política desses pseudo-cidadãos que se autodenominam homens públicos e que já deram sua contribuição para o desenvolvimento do país. Expulsar e extinguir essa raça de gente do meio público.

E a única ferramenta que temos para conseguir isso são as eleições, todas elas e em todas as instâncias. Devemos usar o nosso voto para gradativamente ir substituindo as ratazanas da vida pública por homens realmente comprometidos com o interesse público.

Devemos também cobrar de maneira bastante incisiva uma reforma político administrativa para que haja critérios e punições mais rígidos para os aspirantes a algum cargo eletivo como por exemplo:

  • Comprovação documental rigorosa da idoneidade dos candidatos;

  • Extinção da famigerada imunidade parlamentar;

  • Extinção do sigilo bancário de vereadores, prefeitos, deputados, senadores, ministros de estado, presidente da república, vice presidente, partidos políticos, dirigentes de partidos políticos, diretores de entidades de administração direta e indireta, juizes e desembargadores;

  • Proibição de contratação de parente até a 3ª geração. Impedir que parentes sejam contratados até mesmo por concurso público;

  • Redução drástica de salários, benefícios, e aposentadorias para ocupantes de cargos legislativos a nível municipal, estadual e federal;

  • Introdução de pesados agravantes na legislação penal, cível e tributária para crimes cometidos pelos homens públicos;

  • Obrigatoriedade de comprovada capacitação e experiência aos candidatos ao cargo de direção de entidades da administração direta e indireta.

Talvez demoremos bastante tempo ainda pra conquistar nossa real independência, mas temos que dar um primeiro passo em sua direção. O momento de agirmos e reagirmos contra aqueles que nos oprimem tem passado diante de nossos olhos inertes todos os dias desde que o brasil é brasil, mas principalmente a partir do fatídico grito de independencia.

Temos que dar um basta, pois já estamos cansados de comemorar antecipadamente um futuro melhor para os nossos descendentes, futuro esse que nunca chega. O país do futuro de um futuro que nunca chega e jamais vai chegar se não nos mexermos e quer a mudança agora. Sem casa, sem saúde, sem educação, sem oportunidades legitimas e igualitárias não há futuro.

Então, ao invés de comemorar a independencia do brasil podemos comemorar a nossa independencia diante desses coronéis da política, dos grandes especuladores financeiros, dos corruptos, ladrões e usurpadores dos direitos alheios e dessa forma no dia 7 de setembro ao invés de manifestar nosso grande contentamento, declaremos nossa profunda indignação com a situação e a frustração de ter confiado em pessoas despreparadas.

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