Ele não tinha jeito não de que iria parar mais não. Andava andava parava nunca não. A estradona olhava ele lá longe o fim não tinha. Era muito larga também e ele podia bem aqui andar ou ali e de um lado pro outro sempre atravessava. Mudava muito de idéia e ideiando sempre trocava de lado. Do lado de cá da estradona comprida tinha poca sombra, poca árvore, mas muito tinha comida, poso e sede nem passava. Do lado de lá tudo do contrário era bastante. Tinha poso muito também, mas era debaixo das grandes grandalhonas árvores que lá tinham. Comida poca e do lado de lá a caminhada era difícil muito mais. Vivia então ele atravessando a estradona buscando o que tinha do outro lado. Assim, dessa maneira fazendo poco andava, parava quase. A travessia muito perigosa ficava a cada passo em frente que dava. Havia perigos muito perigosos que podiam por fim à jornada sua. Mas ele perseverava bastante. Prosseguir preciso fosse qualquer sacrifício e ele fazia isso, mesmo tendo que arriscar a vida dele...
Tanta gente diz tanta coisa. Tanta coisa por dizer. Tantos ditos malditos. Tantas falas à metade. Tantos juízos em poucas palavras. Tantas mentiras a serem ocultadas. Tanto dinheiro a ser poupado, escondido. Tantas mortes a serem evitadas. Tantas crianças a sorrir. Tanta fome a matar. Tantas mulheres a serem amadas, compreendidas e respeitadas. Tantos preconceitos a serem derrubados. Tantos deuses adorados. Tanta gente libertada. Tanto quanto me espanto com a vida.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Blá, blá, blá caminhandante
SILVA, Edmilson R. Textos Sobre Assuntos Aleatórios, Mas Sem Importância Alguma. Edição Única. Kaloré: Liberdade, 2008.
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