Nesses dias de chuva
Saio sem bolsos e sem risos
Nos sapatos furados com restos de chão
Um chapéu, um véu
No céu todas aquelas nuvens
Na mão todos os dedos
Entre a pele e o pelo
Uma grande ferida
Entre a seda e hoje cedo
Mais um pouco de leite
Um doce de leite
Agridoce deleite
Abre a janela e vem brilhar
Seus olhos podem ver mais
O dia de chuva é só hoje
E o café ainda está quente
Entre a pele e a mente
Ainda há quem minta
Ainda há quem sinta
E ninguém vai roubar o mel
Não há como não se sujar
Na lama fétida dos seus quintais
Mácula que mancha os alvos lábios
A beijar na rua a pálida face
Nenhum comentário:
Postar um comentário