sexta-feira, 2 de julho de 2010

Naquela noite

Naquela noite, depois que todos foram dormir, saiu. Suas coisas já estavam arrumadas há décadas. A pequena quantidade de objetos que havia separado para o acompanhar em sua viagem já estavam com ele. Carregaria apenas o necessário para a fuga. A mesma roupa com que foi ao trabalho no dia anterior seria suficiente. Os mesmos sapatos que o arrastaram durante um bom tempo pra a entediante rotina. Não levaria nada nas mãos que pudessem atrapalhar a viagem. Também não deixaria nada pra trás. Nem mesmo um aviso ou bilhete colado com ima de geladeira. Todas as inúteis tralhas que usou durante uma vida seriam esquecidos como se nada tivessem significado. As roupas, os objetos, os textos, as cartas, as fotografias, as lembranças da universidade, nada seria levado... 

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