sexta-feira, 27 de março de 2009

Papelão

Quarto pequeno, cama sem colchão
Ideias inúteis invadem o coração
Precisa querer, mesmo sem retribuição
Enganar a pobreza, complexa missão

Almoço preparado em cima do fogão
Pratos encardidos à beira do balcão
Tudo igual ontem, mesma refeição
Correr da miséria, insana convicção

Pobreza, miséria, barraco, papelão
Sinônimos doentes desta imperfeição
Dores e angústias, só uma fração
Parte de um problema sem solução

Tudo que consegue está em sua mão
O trabalho necessário é escravidão
Em casa comem só migalhas de pão
Alegria, transe em frente a televisão

Continua e perpetua sua condição
Algemado sem motivo e sem razão
A vida inteira esperando a salvação
Vai viver sem conhecer o seu patrão

Pobres miseráveis jogados ao chão
Significam doenças da população
Ignorados, são retratos da humilhação
O inferno seria bem melhor condição

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