quarta-feira, 18 de março de 2009

Pestilência infame

O que você vai fazer amanhã?

Se for sair não esqueça do filtro

O guarda chuva de seda não deixe

Mangas compridas e botas também


O sol estará o meio do céu

Saiba que não haverá manhãs

Muito tempo sem pôr-do-sol

Cuide-se pra não se machucar


O asfalto está muito quente

Haverá muita gente nas calçadas

As árvores estarão sem folhas

E nenhuma sombra o protegerá


Não fale com desconhecidos

É proibido olhar diretamente

Há perigo nos restos de palavras

A morte espreita silenciosamente


Morrerá por desrespeitar as leis

Será banido por desobediência

Evite ser notado pela diferença

Os seres estranhos serão fuzilados


Não faça amizades com ninguém

Desconfie de todos ao seu redor

Podem te entregar para o inimigo

Vão te contaminar com o vírus


Pestilência infame que tudo ataca

Destrói e mata os desavisados

Aconselho você a ficar em casa

Lá você pode fingir que está só


Lembrar do tempo que tudo era

Diferente, tranqüilo e sorridente

Pensar que tudo é um equivoco

E que você um dia vai acordar

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